
A Praça Santa Isabel, no centro da cidade de Sal-Rei, está transformada numa autêntica feira tradicional, envolvendo artesãos de géneros diversos que vão desde artesanato, passando pela gastronomia à agricultura, em mais uma iniciativa da autarquia local.
Enquadrada no programa comemorativo de mais um aniversário do município da Boa Vista e de Nha Santa Isabel, que se assinala a 4 de Julho, o evento faz com que a cidade conheça uma movimentação pouco vulgar nestas lides.
Barracas de comes e bebes para todos os gostos e bolsos, aperitivos, guloseimas e uma variedade de pratos típicos tradicionais, artigos de bijuterias, panos de terra, cestaria e olaria, despertam o interesse de toda a população.
O director da Cultura e Juventude da Câmara Municipal da Boa Vista, Gilson Barros, disse que com esta política a autarquia pretende preservar a tradição cultural na ilha, ao mesmo tempo que dinamiza a cultura neste município.
“Tentamos enquadrar um conjunto de actividades desde palestras, workshops e conferências e esta feira proporciona aos artesãos, produtores e agricultores oportunidade para exporem os seus produtos”, especifica Barros.
Em relação a projectos futuros, adiantou que a autarquia tem um plano para inaugurar em Outubro o Centro de Artes e Cultura, em construção em Sal-Rei, que o mesmo já apelida como sendo o maior do país, como forma de catapultar a cultura da Boa Vista “para um patamar desejado”.
Destacou ainda o apoio aos artistas e participações em vários certames regional e nacional para a projecção da cultura, pelo que exorta a colaboração da sociedade cabo-verdiana, particularmente da ilha, na divulgação da arte.
Os artesãos encaram esta iniciativa como uma grande oportunidade para exporem os seus produtos, a tal ponto de Beto Diogo, especialista em arte de trabalhar sandálias de cabedal com passagem praticamente por todas as romarias considera tratar-se de uma “oportunidade única” para a divulgação da cultura tradicional cabo-verdiana.
Beto Diogo entende, por outro lado, ser uma ocasião para os artesãos alertarem os responsáveis da cultura cabo-verdiana para os perigos por que passa a cultura tradicional crioula, face à concorrência que o mesmo considera desleal dos artesãos da Costa Ocidental africana e da própria indústria chinesa.
“Hoje em dia corremos o risco de um turista comprar uma miniatura de um elefante para mostrar na sua terra que temos este animal em Cabo Verde”, atesta Diogo para quem, embora Cabo Verde não tenha moral para impedir a livre circulação das pessoas oriundas da CEDEAO, deve-se pensar “seriamente em disciplinar as coisas”.
A música ao vivo tem marcado a sua presença nesta feira com Lela e Banda a abrir o espetáculo, seguidos de Fusion Band, Cipy Band e Mindel Boys, estando esta quarta- feira reservada a actuação de grupos como Kaka e Banda, B13 Reggae Band e Unissons.
Fonte: Inforpress