O edil da Boa Vista, José Luís Santos, vai pedir uma auditoria à gestão do seu antecessor, José Pinto Almeida, confirmou o próprio à Inforpress, indicando que esta decisão foi tomada na primeira reunião da nova equipa camarária. 

Segundo José Luís Santos, trata-se de um procedimento “normal” para esclarecer “algumas questões” da gestão anterior que, entretanto, não especificou, para “não atrapalhar a auditoria”. “As motivações são claras.

Depois de 16 anos de uma gestão, vai-se entrar numa outra e é natural que se faça uma auditoria para estabelecer os marcos daquilo que foi a gestão passada e marcar o início da outra gestão e clarificar algumas coisas”, disse escusando-se a dar mais detalhes.

Questionado se esta auditoria pode também estar relacionada com o denunciado caso de “queima de documentos” por parte da câmara municipal e que resultou na apresentação de uma queixa à Procuradoria da Câmara da Boa Vista, José Luís Santos foi taxativo em afirmar que não há nenhuma relação entre uma questão e outra.

E sobre a exigência do PAICV para que ele se posicione em relação a este assunto, o edil da Boa Vista disse que não pode reagir sobre coisas que não conhece ou não recebeu.

“Sei de uma queixa que deu entrada na Procuradoria da Comarca da Boa Vista e, portanto, é deixar a Procuradoria fazer o seu trabalho. Espero que em função desta queixa feita por um cidadão a procuradoria faça a sua averiguação e tire as ilações que conseguir”, considerou adiantando que este posicionamento do PAICV é uma forma de pressão à câmara municipal.

Perguntado se a nova equipa camarária não deu por falta de nenhum documento, José Luís Santos respondeu que não, até porque, salientou: “nós só recebemos aquilo que nos entregaram”.

O cidadão italiano Sergio Corrá, que há muito reside na Boa Vista e é tido como próximo do PAICV apresentou no dia 23 de Setembro, queixas tanto à Procuradoria da República como à repartição das Finanças da Boa Vista, alegando queima de arquivos municipais.

Citado pelo Jornal Asemana, Sergio Corrá contou que flagrou um dos assessores do antigo presidente, no dia 20 de Setembro, a queimar arquivos da autarquia.

Corrá garante que conseguiu resgatar do meio das cinzas, além da fatura de um restaurante, cerca de 20 pedaços de requisições de materiais de construção, datados de Julho deste ano.